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Brincar para todos

O ato de brincar desenvolve muitos aspectos na criança, como os físicos, cognitivos e sensoriais. Os jogos auxiliam a desenvolver os pontos referentes à percepção, habilidades motoras, força e resistência e até as questões referentes à termorregulação e controle de peso.

Da mesma forma, o desenvolvimento emocional e da personalidade da criança também é estimulado.

As crianças também podem, pela brincadeira, exprimir a agressividade, dominar a angústia, expandir suas experiências e estabelecer contatos sociais. Mello (1999), estudou crianças vítimas de violência física doméstica e constatou que, pela brincadeira, elas elaboram as experiências traumáticas vividas, pois os conteúdos expressos no brincar têm relação com suas histórias.

Os aspectos simbólicos de sociabilidade, linguagem e cognição também são estimulados na brincadeira. Sendo esta uma maneira das crianças interagirem entre si, vivenciarem situações, manifestarem indagações, formularem estratégias e, ao verificarem seus erros e acertos, poderem reformular sem punição seu planejamento e suas novas ações.

A brincadeira é uma rica fonte de comunicação, até mesmo na brincadeira solitária. A criança, pelo faz-de-conta, imagina que está conversando com alguém ou com os seus próprios brinquedos. Consequentemente, a linguagem é desenvolvida com a ampliação do vocabulário e o exercício da pronúncia das palavras e frases.

A cognição e o desenvolvimento intelectual são exercitados em jogos onde a criança possa testar a relação causa-efeito, podendo testar as mais variadas possibilidades de ação. Planejar seus movimentos e ações, o que na vida real isto geralmente é impedido pelos adultos para evitar alguns desastres e acidentes.

Quando a criança brinca sozinha, ela pode testar as possibilidades e vontades próprias e relacionar com as conseqüências e resultados. Quando a criança está jogando com o grupo, ela precisa planejar todas as possibilidades.

O brincar é universal, absolutamente todas as crianças podem e devem brincar.

Down's syndrome and hearing | Down's syndrome and childhood deafness

Para todas as crianças com desenvolvimento típico ou atípico, o brincar une, estimula e oferece oportunidades de crescer e se transformar, de maneira leve e prazerosa.

Oliveira e Milani (2003) realizaram um estudo com crianças com Síndrome de Down, que constatou uma grande contribuição das atividades lúdicas. Por exemplo, para a adequação do tônus postural, da autonomia e da capacidade de comunicação destas crianças, entre muitas outras.

Da mesma forma, a brincadeira pode ser um instrumento utilizado por profissionais da saúde e da educação para estimular o desenvolvimento de todas as crianças. Crianças que apresentam déficits em algum aspecto do desenvolvimento ou não. E, no que se refere ao brincar, Melo e Valle (2005) afirmam que o brinquedo possibilita o desenvolvimento infantil em todas as dimensões. O que inclui a atividade física, a estimulação intelectual e a socialização.

As brincadeiras promovem a educação para hábitos da vida diária. Enriquece a percepção, desperta interesses, satisfaz a necessidade afetiva e permite o domínio das ansiedades e angústias.

Mesmo sendo complexo pesquisar a brincadeira e o desenvolvimento infantil em todos os seus aspectos, os pesquisadores estão atentos à visão global e não parcial do desenvolvimento humano, e isso engloba o desenvolvimento típico e atípico

Para complementar sua leitura, que tal conhecer as 5 etapas do brincar?

Fonte: The play and its implications in the development and learning processes. CORDAZZO, S. T. D.; VIEIRA, M. L.
MELLO, A. C. M. P. C. O brincar de crianças vítimas de violência física doméstica. 1999, Tese de doutorado. Psicologia escolar e do desenvolvimento humano. Universidade de São Paulo. São Paulo.
MELO, L. L.; VALLE, E. R. M. O brinquedo e o brincar no desenvolvimento infantil. Psicologia argumento. Vol. 23, n. 40, p. 43 – 48, 2005.
OLIVEIRA, V. M. B.; MILANI, D. A representação lúdica e gráfica em crianças com síndrome de Down. Boletim Acadêmico Paulista de Psicologia. Vol. 23, n. 1, p. 34 – 42, 2003.

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